Na manhã desta terça-feira (11), a Polícia Federal em Rondônia deflagrou a Operação Nightmare, com o apoio da PF de São Paulo. O objetivo é desarticular uma associação criminosa, que armazenava e compartilhava materiais relacionados ao abuso sexual infanto-juvenil pela internet, além praticar crimes de ódio direcionados ao gênero feminino e ao racismo.

A investigação, que foi conduzida pelos policiais federais do Núcleo Regional de Repressão aos Crimes Cibernéticos (NRCC) de Rondônia, iniciou-se como desdobramento de outra operação deflagrada neste ano a partir de grupos de aplicativos em que pessoas de vários estados do Brasil e de diversos países se associavam e se dedicavam à produção de materiais, fotos e vídeos, com crianças e adolescentes sendo estupradas. 

Nos grupos, que eram administrados pelo investigado, os membros que não compartilhassem ou produzissem materiais relacionados à pornografia infantil eram expulsos e removidos.

O suspeito exercia um papel de liderança nos grupos e saudava os membros com frases aterrorizantes como “Bom dia amigos estupradores e assediadores sexuais de mulheres”. 

Ainda como incentivo aos crimes sexuais, segundo a Polícia, o investigado exaltava e fazia apologia ao estupro de crianças, e incitava os membros do grupo com mensagens como “Sim a pedofilia, sim estupros, sim zoofilia, sim violência sexual, sim exploração sexual”.

Após diversas diligências investigativas, os policiais federais localizaram o investigado, que é natural do Rio de Janeiro, que atualmente estava residindo em Sorocaba (SP). 

Dessa forma, após a expedição de um mandado de prisão preventiva e de dois mandados de busca e apreensão pela 3ª Vara Federal Criminal da SJRO, o NRCC rondoniense contou com o apoio de duas equipes de policiais federais da Delegacia de Polícia Federal de Sorocaba, no estado de São Paulo, para dar cumprimento às medidas.

Durante o cumprimento das buscas, foi encontrado vasto conteúdo relacionado à pornografia infantil no celular do criminoso, que além de ter sido preso preventivamente, foi flagranteado por ter armazenado o material ilícito. 

O criminoso assumiu ter abusado sexualmente de, pelo menos, 7 crianças. As vítimas seriam sobrinhas, filhas de primas, e outras com as quais o investigado possui vínculo familiar.

O investigado responderá por estupro de vulneráveis, produção, compartilhamento e armazenamento de conteúdo relacionado à pornografia infantil, associação criminosa, crimes de racismo e incitação ao crime, com penas que somadas podem ultrapassar 100 anos de reclusão, a depender do número de vítimas.

Os dispositivos eletrônicos apreendidos serão periciados pelo Setor Técnico-Científico da Polícia Federal (SETEC) e analisados pelo NRCC-RO. 

O preso, após os trâmites legais, foi encaminhado ao presídio local em Sorocaba-SP, onde ficará à disposição da Justiça Federal.